terça-feira, 15 de maio de 2012

A outra janela






A menina debruçada na janela trazia nos olhos grossas lágrimas
e o peito oprimido pelo sentimento de dor causado
pela morte de seu cão de estimação.
Com pesar observava atenta ao jardineiro a enterrar o
corpo do amigo de tantas brincadeiras.
A cada pá de terra jogada sobre o animal, sentia como
se sua felicidade estivesse sendo soterrada também.
O avô que observava a aproximou-se a envolveu em um abraço
e falou-lhe com serenidade: - "Triste a cena, não é verdade?"
A netinha ficou ainda mais triste e as lágrimas rolaram em abundância.
No entanto, o avô que desejava confortá-la, chamou-lhe a atenção para outra
realidade pegou-lhe pela mão e a conduziu para uma janela opostamente
localizada na ampla sala.
Abriu as cortinas e permitiu-a que visse o jardim florido a sua frente
e lhe perguntou carinhosamente: -
"Está vendo aquele pé de rosas amarelas bem ali a frente?
Lembra que você me ajudou a plantá-lo?
Foi em um dia de sol como hoje que nós dois o plantamos.
Era apenas um pequeno galho cheio de espinhos e hoje veja
como está lindo, carregado de flores perfumadas e botões como promessa de novas rosas."
A menina enxugou as lágrimas que ainda teimavam em permanecer em suas faces e abriu um largo sorriso mostrando as abelhas que pousavam sobre as flores e as borboletas que
faziam festa entre umas e outras das tantas rosas de variados matizes que enfeitavam o jardim.
O avô, satisfeito pôr tê-la ajudado a superar o momento de dor falou-lhe com afeto:
- Veja, minha filha.
A vida nos oferece sempre várias janelas.
Quando a paisagem de uma delas nos causa tristeza sem que possamos alterar o quadro,
voltamo-nos para outra e certamente nos deparamos com uma paisagem diferente.
Tantos são os momentos de nossa existência, tantas as
oportunidades de aprendizado que nos visitam no dia-a-dia que não vale a pena sofrer diante de quadros que não podemos alterar.
São experiências valiosas da vida, das quais devemos tira lições
oportunas sem nos deixar tragar pelo desespero e revolta que só
infelicitam e denotam a falta de confiança em Deus.
(desconheço o autor)

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